CIDADE MORTA
Almas solitárias caminham pelas ruas estreitas e escuras.
Sua dor ecoa pelas vielas como sussurros amedrontadores.
Uma névoa gélida parece desenhar figuras de corpos e rostos deformados.
As casas abandonadas viraram refúgio do mal, do desconhecido, daquele que provoca ira, raiva e muita dor.
Não havia mais ninguém morando naquela cidade. Todos, assustados com os constantes bater e fechar de portas, copos quebrando, janelas abrindo, cortinas sendo arrancadas, do nada, desistiram de viver naquele lugar.
Os antigos moradores sentiam o cheiro de enxofre no ar e o cenário era amedrontador. Casas quase que desmoronando de tão velhas, cheias de rachaduras, a terra árida, tudo parecia seco, sem vida...
Virou notícia nos principais jornais: quem lá ia, não queria mais voltar, muitos ficavam doentes, outros cometiam suicídio. Até que, certo dia, um homem resolveu lá se instalar. Seu apelido era Cowboy, o Destemido.
Tomou posse de uma casa, arrumou os pés de uma velha cadeira de balanço e ficou na varanda sentado, fumando um charuto e esperando a hora morta chegar e as almas aparecerem.
Colocou uma câmera para filmar tudo. O problema é que ninguém tinha coragem de ir até lá para saber o que de fato aconteceu, e passaram-se alguns anos. Até que, um dia, foi noticiado que a Cidade Morta virou um parque de diversões de terror.
Não é que o Cowboy conseguiu domar as almas e ainda fazê-las trabalhar para ele? O melhor do negócio é que ele não tinha de pagar um centavo pelo serviço prestado. O Destemido nunca mais foi esquecido...
Moral da história: nem tudo é tão ruim como parece ser!
Você começa a caminhar e pensa que já sabe aonde vai dar, de repente tudo muda e não é mais o que esperava que fosse. Como esse conto, que parecia de terror, mas acabou virando comédia. Tudo depende do ponto de vista, de que forma você vai resolver a situação: lamentar-se, desistir ou virar a mesa ao estilo Cowboy Destemido!
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