PRIMEIRO POEMA DO ANO
É um transbordar de tristeza profunda
Pelas ruas, vales e montanhas
Sob o céu azul e límpido
Poeira suja invade os lares
Contamina, engole a esperança
É o apunhalar da adaga da discórdia
Dilacera as bordas, separa, provoca a ira
Dor profunda reina silenciosamente
Enfraquece o olhar, que segue cego,
Apenas segue
É um vai e vem sem sentido
Mãos sujas no comando
Intocáveis
O poder que mata um a um
Sorrateiramente
É o agonizar de uma nação
Que é forte e sorri
Quando só queria chorar
Desorientada, não sabe em quem acreditar
Esbravejo ecoa um suspiro contido
É o anunciar
O pior está por vir
A união do povo não conteve
A voracidade, a sede por poder
Sentada no trono, reina a injustiça
O primeiro poema do ano
É o despertar
O olhar da realidade atrás da paisagem
É a constatação da nuvem negra
Engolindo nossos verdes campos
O primeiro poema do ano
É o suplício da nossa Pátria
É a constatação
Fortalecimento do mal
É apenas uma lágrima perdida
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