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ACREDITAR É MINHA ÚNICA OPÇÃO!
 

A Claudia Taulois, criadora do site Engaging, pediu que eu contasse a minha história de superação. Tudo começou quando nasci, numa noite fria, no inverno de junho de 1968. De lá para cá, os meus 52 anos foram marcados de altos e baixos. Detalharei cada ano, pois só assim será possível entender a minha luta e trajetória.

Calma! Brincadeirinha... 😊 Tentarei não ser prolixa.

Uma das minhas armas é o meu bom humor, o meu olhar para o lado positivo da vida e uma vontade louca de viver e sorrir. Presente que ganhei por ser geminiana, acredito eu. Mas, claro, não sou de ferro, vez ou outra, bate aquela tristeza e eu deixo-a entrar, se expressar. Meu momento de reflexão e busca por respostas. Mas vamos ao que interessa, a minha história de superação.

Sou jornalista profissional e trabalhei nessa área por mais de 20 anos. Em 2008 iniciou-se uma mudança radical na minha vida e, até hoje, financeiramente, não consegui me reestabelecer. Meu marido e eu moramos por quase dois anos em Portugal. Ele tinha o sonho de fazer mestrado por lá. Economizamos durante cinco anos para poder ter uma reserva e conseguir fazer essa viagem, realizar o sonho dele. Aproveitei e me inscrevi também. Tive de me desligar da empresa que trabalhava (o que não foi de todo mal, pois a minha chefe era pior que a personagem do filme o “O Diabo Veste Prada”).

Quando voltamos, não consegui recolocação profissional. Algumas empresas diziam que minha experiência era superior ao cargo, etc. e tal. Os anos passaram e fui me virando, fazendo freelas. Com a crise, os freelas ficaram escassos; a minha idade começou a ser um problema.

Como gosto muito de ler e escrever, certa vez, em um grupo, vi um post de leitores falando sobre capa para livros. Pensei que os vender poderia gerar alguma renda. O problema: não sabia nada de costura. Combinei com uma costureira, vizinha de minha mãe, que eu levaria as peças cortadas e ela apenas costuraria.

Peguei os moldes na internet, comprei tecidos e iniciei um novo caminho: o do artesanato. Outro problema: a costureira morava em São Paulo e eu em Santana de Parnaíba (o preço por peça valia a pena), mas a distância estava prejudicando as entregas. Resolvi comprar uma máquina de costura. Pensei: são apenas alguns pedaços de tecidos retangulares que tenho de juntar. Dou conta disso! Só que não foi bem assim...

Assisti aos vídeos de como passar a linha na máquina umas quatrocentas e cinquenta mil vezes. Morria de medo de pisar no pedal da máquina. A linha embolava, quebrava e eu lá tentando decifrar o seu funcionamento. Se não estava xingando, estava rindo e divertindo-me com minha falta de aptidão. Mas todo desafio é um alimento valioso para a minha alma e eu amo desafios, o desconhecido me atrai. Comecei a treinar em papel, pois estava perdendo muito tecido (rsrsrsrsr) e aprendi, sozinha, assistindo aos vídeos gratuitos na internet.

Outro obstáculo: como mostrar os meus produtos? Pensei: preciso de um site, mas não tenho grana para pagar... Então, resolvi que faria o meu site. Usei a plataforma Wix, que não é muito simples, mas, sempre buscando ajuda no Google, fui me virando e solucionando minhas dúvidas. Não tinha suporte, pois era um plano gratuito. Após um ano, com a venda de algumas peças, resolvi assinar um plano. Tenho o meu domínio registrado e, para qualquer problema, o suporte está lá para me atender.

Hoje, faço diversas peças e, na maioria das vezes, crio algo diferente. Venci a minha “ignorância” na costura e ela é uma das minhas fontes de renda. Mas as vendas são poucas. Tem meses que não vendo nada e, como são peças baratas, teria de vender muito para poder respirar um pouco aliviada, financeiramente.

Como aprendi a fazer site, consegui dois jobs nessa área, e era outra opção para vencer a crise. Mas a grana continuava curta...

No ano passado, um aperto no peito começou a me incomodar, e a tristeza, sorrateiramente, entrou onde não devia — no meu coração — por não conseguir lançar o meu 4º livro, “Borboleta Negra”. Pensei: nada de deixar a peteca cair; dei um pontapé na tristeza e comecei a pesquisar como lançá-lo sem investir. Achei uma plataforma e, mais uma vez, aprendi algo novo: diagramação de livros físicos e e-books, assistindo aos vídeos e lendo sobre o assunto. Lancei o meu livro e já peguei dois jobs de livros.

Resumindo: sou adaptável a qualquer situação e vou seguindo, sempre acreditando.

Sinceramente, não é fácil. Afinal, seria maravilhoso se eu tivesse encomendas todos os dias, que os meus livros conquistassem leitores ao redor do mundo, que eu pudesse desenvolver trabalhos de diagramação de livros com mais frequência, enfim, gerar recursos financeiros de forma constante. Pode parecer que, por eu fazer muitas coisas diferentes, nada é bem-feito. Acredite, tudo é feito com muito esmero. Adoro viver a 400 mil por hora. Essa sensação de liberdade de horário e poder fazer muitas coisas diferentes é o que me impulsiona a seguir.

 

A barreira mais difícil a ser vencida é a do saldo no banco (rsrsrsrs). Meu marido e eu sempre conversamos sobre isso, ele é um cara incrível, superparceiro! Tivemos e temos de nos privar de muitas coisas. As nossas dificuldades financeiras, acredite, nunca foram motivos para discussão, muito pelo contrário, nos uniram ainda mais. Um sempre apoiando o outro. O mais importante: ele trabalha com o que ama e perto de casa e eu tenho liberdade para criar, recriar e descobrir o que a vida pode me oferecer. A minha participação financeira ainda não é suficiente, mas eu chego lá...

A versatilidade e o alto-astral do signo de Gêmeos são duas características que mais admiro. Deu para perceber que adoro o místico. Ah, faço estudo de numerologia cabalística. O oculto é fascinante!

Durante todos esses anos, aprendi muito; fiz novos amigos, ganhei algumas rugas, cabelos brancos, tive de me privar de muitas coisas e continuo me privando, mas isso não me torna uma pessoa amarga ou triste. Gosto de enxergar a vida de frente, olho no olho. Dizem que depois da tempestade vem a bonança. A tempestade está há anos sobre mim, mas eu não vou esperar ela passar para ser feliz!

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