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NÃO HÁ MAIS TEMPO

 

A solidão já me tem consumada
Dilacerando meus sonhos em dor
Minha alma deixei abandonada
Não há mais tempo para viver o amor
 
Mergulhada no abissal de meus conflitos
Escolhi silenciar em vida minha vida
Da minha pele brotam espinhos de amargura
Coagulando em minhas veias as derrotas que sofri
 
Abraçada pela escuridão dos desenganos
Deixo-me esquecida no tempo que corre louco
Não há caminhos que me façam sorrir
Estou presa nas ausências do que não vivi
 
Oh, sinto lhe dizer, mas não há mais volta!
Relembrar é um derramar de aflição
Apunhalando-me, abrindo feridas antigas
Entoando fúnebres vozes no eco do meu ser
 
Enfeitiçada pelo silêncio da reclusão
Mergulhei em um caminho sem volta
Não quero enfrentar mais nada
Desisti de viver em vão...
 
Não há mais tempo para tuas mãos alcançarem as minhas
Deixo-te minhas lágrimas...


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